Durante o XXX Congresso Internacional de Americanística, Perugia (Italia), 6-12 maio de 2008, na mesa redonda Amazônia. Estado da arte das pesquisas a campo, foi amplamente discutida a problemática da relação entre pesquisa, notadamente humanística, e mais precisamente antropológica, e projetos de desenvolvimento, de forma geral, mas sobretudo não governamentais.
Em resumo, foi colocada, por um lado, a interdependência, forte de um ponto de vista epistemológico, e necessária, de um ponto de vista prático, entre pesquisa e ação; por outro lado, a separação entre “atores da pesquisa” (universidades em primeiro lugar) e “atores do desenvolvimento” (ong em primeiro lugar) (permita-se o uso da palavra desenvolvimento, por causa da difusão dela, mesmo que o seu sentido precise ser problematizado).
Leia um relato do debate (em italiano).
A partir daí, procuramos ampliar este debate, envolvendo profissionais com experiência nesta área de limite, a partir destas perguntas orientadoras:
1.a) Você compartilha a opinião que, na prática, os atores da pesquisa e os atores do desenvolvimento agem de forma separada?
1.b) Ao que é devida esta separação?
1.c) Mais especificamente, esta separação é causada por diferentes olhares sobre o mundo, por práticas diferentes, ou por motivos institucionais (as instituições de pesquisa se formaram em âmbitos e tempos diferentes, do que as organizações não governamentais)?
2) Uma das questões que se põe, no bojo deste debate, é a relação entre equilíbrio e a mudança. Quanto mais avalia-se que uma sociedade ou um grupo está em equilíbrio (interno e/ou externo), quanto menos a atitude junto à este grupo é voltado à mudança, e vice-versa.
Os atores da pesquisa e os atores do desenvolvimento posicionam-se com respeito à esta díade (equilíbrio/ mudança) da mesma forma, ou de formas diferentes?
3) Têm um consenso a respeito da questão que sempre a pesquisa é ação (cada ato é político). Pode se afirmar o contrário, ou seja, que a ação é pesquisa? Se sim, quais exemplos têm a este respeito?
5) Qual é a experiência da relação entre pesquisa e ação na Sua organização?